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Vale a pena abrir CNPJ sendo gestor de tráfego autônomo?

abrir CNPJ sendo gestor de tráfego autônomo

Sumário

Introdução

O gestor de tráfego é hoje um dos profissionais mais requisitados do marketing digital. Seja para empresas locais, e-commerces ou infoprodutores, sua função de planejar, gerenciar e otimizar anúncios pagos em plataformas como Facebook Ads, Google Ads, TikTok Ads e LinkedIn Ads é vital para gerar resultados.

Muitos começam como freelancers, atendendo pequenos clientes, mas logo surge a dúvida: será que vale a pena abrir CNPJ?

Essa decisão impacta diretamente em quanto de imposto será pago, na possibilidade de emitir nota fiscal, na credibilidade perante empresas e até nas chances de crescimento do negócio.

Neste guia atualizado para 2025, você vai entender os prós e contras de abrir empresa como gestor de tráfego, quais regimes tributários existem, quais CNAEs são mais vantajosos, além de exemplos práticos de tributação.

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O que faz um gestor de tráfego autônomo?

O gestor de tráfego é responsável por criar e otimizar campanhas de anúncios pagos, ajustando público, orçamento, criativos e estratégias para que seus clientes tenham o melhor retorno sobre investimento (ROI).

No dia a dia, ele pode:

  • Criar campanhas no Google Ads para geração de leads.
  • Rodar campanhas de Facebook Ads para vendas diretas.
  • Configurar píxeis e eventos para mensuração de resultados.
  • Produzir relatórios para seus clientes.

Muitos começam de forma autônoma, ou seja, trabalhando como pessoa física, mas enfrentam limitações sérias:

  • Não podem emitir nota fiscal, o que dificulta fechar contratos com empresas.
  • Pagam mais impostos, já que o IRPF pode chegar a 27,5% da renda.
  • Correm maior risco de cair na malha fina, porque plataformas como Facebook e Google reportam pagamentos à Receita Federal.
  • Têm menos credibilidade no mercado.

📌 Exemplo: um autônomo que fatura R$ 8.000/mês pode pagar mais de R$ 2.000 só de imposto de renda. Já como PJ no Simples Nacional, esse valor pode cair para menos de R$ 500.

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Autônomo x CNPJ: principais diferenças

Veja um comparativo prático entre atuar como pessoa física (autônomo) e como pessoa jurídica (CNPJ):

AspectoAutônomo (Pessoa Física)CNPJ (Pessoa Jurídica)
ImpostosAté 27,5% IRPF + INSSA partir de 6% no Simples Nacional
Nota FiscalNão pode emitir em nome próprioEmite NF para clientes
CredibilidadeLimitadaMais profissionalismo e confiança
ContratosDificuldade com empresasEmpresas exigem CNPJ
Custos fixosApenas impostos de PFContabilidade + tributos mensais
Organização financeiraMistura PF e PJContas separadas e mais controle

📊 Exemplo prático

  • Pessoa Física: gestor com R$ 10.000/mês de faturamento pode pagar até R$ 2.750 em impostos.
  • Pessoa Jurídica no Simples Nacional: no mesmo faturamento, paga cerca de R$ 600.

A diferença anual pode ultrapassar R$ 25 mil em economia.


Quais são as opções de CNPJ para gestores de tráfego?

Ao se formalizar, o gestor precisa escolher a natureza jurídica e o regime tributário. Veja as principais:

MEI (Microempreendedor Individual)

  • Limite de faturamento anual de R$ 81 mil.
  • Pagamento fixo mensal em torno de R$ 70.
  • Porém, o CNAE de gestor de tráfego não está entre os permitidos para MEI.
  • Além disso, o limite é muito baixo e rapidamente ultrapassado.

Conclusão: MEI não é indicado para gestores de tráfego.

Microempresa (ME) no Simples Nacional

  • Permite faturar até R$ 360 mil/ano.
  • Pode usar CNAEs corretos e ligados a publicidade e consultoria em marketing.
  • Alíquotas iniciais a partir de 6% no Anexo III.
  • Simplicidade na emissão de notas e recolhimento de impostos.

Empresa de Pequeno Porte (EPP)

  • Faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões/ano.
  • Continua no Simples Nacional, mas com alíquotas progressivas.

Lucro Presumido

  • Indicado para empresas maiores.
  • Impostos variam de 13% a 16% sobre o faturamento.
  • Mais burocracia e custos.

Lucro Real

  • Obrigatório apenas para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões/ano.
  • Pouco usado por gestores de tráfego.

CNAEs indicados para gestor de tráfego

O CNAE é fundamental para definir o regime tributário.

Os mais usados são:

  • 6319-4/00 — Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet”, que contempla a gestão de tráfego digita
  • 7319-0/04 – Consultoria em publicidade → geralmente enquadrado no Anexo III do Simples Nacional (6%).
  • 7311-4/00 – Agências de publicidade.
  • 7319-0/99 – Outras atividades de publicidade não especificadas anteriormente.

Atenção: se o CNAE for escolhido errado, o gestor pode cair no Anexo V, onde a alíquota mínima é de 15,5%.


O que é o Fator R e como impacta gestores de tráfego?

O Fator R é um cálculo dentro do Simples Nacional que define se a empresa será tributada pelo Anexo III (mais barato, a partir de 6%) ou pelo Anexo V (mais caro, a partir de 15,5%).

Ele funciona assim:

  • Soma-se a folha de pagamento (salários, pró-labore, encargos) e divide-se pela receita bruta dos últimos 12 meses.
  • Se o resultado for igual ou maior que 28%, a empresa pode ficar no Anexo III.
  • Se for menor, vai para o Anexo V.

Exemplo prático:

  • Gestor que fatura R$ 20.000/mês.
  • Se tiver pelo menos R$ 5.600 de folha (28%), pode tributar pelo Anexo III e pagar cerca de 6% a 8%.
  • Se não tiver, cai no Anexo V e pode pagar mais de 15%.

Caso a escolha do CNAE seja realizada de forma incorreta o gestor de tráfego pode ir direto para o anexo V, o que aumentaria a carga tributária. Por isso é importante escolher corretamente o CNAE e planejar a folha de pagamento pode gerar grande economia.


Vantagens de abrir CNPJ sendo gestor de tráfego

  1. Menos impostos: economia que pode chegar a dezenas de milhares de reais por ano.
  2. Emissão de nota fiscal: fundamental para fechar contratos com empresas.
  3. Credibilidade: transmite profissionalismo no mercado digital.
  4. Crescimento sustentável: permite contratar equipe e virar agência.
  5. Acesso a crédito e financiamentos: taxas melhores para empresas.
  6. Organização financeira: separa receitas pessoais e empresariais.
  7. Segurança jurídica: reduz riscos com a Receita Federal.

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Desvantagens e cuidados

  • Custos fixos: mesmo sem faturar, há contabilidade e obrigações mensais.
  • Burocracia inicial: abertura de empresa, escolha de CNAE, registros na prefeitura.
  • Planejamento tributário essencial: sem ele, o gestor pode pagar mais imposto do que deveria.
  • Risco de enquadramento errado: escolher CNAE ou regime inadequado pode aumentar a carga tributária.

Dicas práticas antes de abrir CNPJ

  1. Avalie seu faturamento atual e futuro.
  2. Consulte um contador digital especializado em negócios online.
  3. Separe conta bancária PJ para o CNPJ.
  4. Se possível, defina pró-labore e folha de pagamento para aproveitar o Fator R.
  5. Planeje contratos de longo prazo com clientes antes da formalização.

Conclusão

Na maioria dos casos, abrir um CNPJ como gestor de tráfego é a melhor decisão para quem deseja crescer no mercado digital.

O Simples Nacional (ME), com CNAE adequado, permite pagar alíquotas iniciais de apenas 6%, emitir notas fiscais e escalar o negócio com segurança.

A Mizza Contabilidade Digital é especializada em gestores de tráfego e profissionais digitais. Nós cuidamos de todo o processo de abertura e da gestão tributária para que você foque no que realmente importa: atrair resultados para seus clientes.

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Perguntas frequentes sobre gestores de tráfego e CNPJ

1. Gestor de tráfego pode ser MEI em 2025?

Não. O CNAE da atividade não está entre os permitidos para MEI.

2. Qual o CNAE mais indicado?

O mais usado é o 6319-4/00 Portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet”, que contempla a gestão de tráfego digita, geralmente no Anexo III.

3. Quanto um gestor de tráfego paga de imposto no Simples Nacional?

A partir de 6% sobre o faturamento. Exemplo: R$ 12.000/mês → cerca de R$ 720 de impostos.

4. Vale a pena abrir empresa mesmo com poucos clientes?

Sim. Mesmo com R$ 3.000 a R$ 4.000/mês já pode compensar, além de abrir mais portas para contratos.

5. O que acontece se eu não declarar meus rendimentos?

As plataformas reportam pagamentos à Receita Federal. Não declarar pode gerar multas e pendências fiscais.

6. O que é o Fator R?

É um cálculo que define se a empresa será tributada no Anexo III (6%) ou no Anexo V (15,5%).

7. Posso abrir CNPJ sozinho ou preciso de contador?

Não, para abrir como ME no Simples Nacional, é obrigatório ter contador.

8. Quais despesas posso deduzir como gestor PJ?

Softwares, ferramentas de anúncios, aluguel de escritório, internet, energia proporcional, equipe terceirizada e cursos de capacitação.

9. Quanto tempo leva para abrir um CNPJ?

Com contabilidade digital, pode levar de 3 a 7 dias úteis, dependendo da cidade.

10. Gestor de tráfego PJ pode contratar funcionários?

Sim, pode registrar equipe e até utilizar isso para reduzir impostos pelo Fator R.

Texto redigido por:

Nathalya Xavier

Nós da Mizza Contabilidade somos especialistas em contabilidade para negócios digitais, já atendemos dezenas de clientes por todo o Brasil.

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