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Quais impostos um social media precisa pagar como pessoa jurídica

Impostos para social media

Sumário

Introdução

O trabalho de social media se consolidou como uma das profissões digitais mais procuradas e valorizadas nos últimos anos. Com o crescimento exponencial das redes sociais e a necessidade das empresas de marcar presença digital, profissionais especializados em gestão de mídias sociais tornaram-se indispensáveis para negócios de todos os portes.

Empresas de diversos segmentos precisam constantemente de profissionais qualificados para gerir suas redes sociais, criar conteúdo estratégico, planejar campanhas, interagir com o público, produzir materiais visuais e monitorar métricas e resultados. Essa demanda crescente transformou o social media em uma profissão altamente rentável e com excelentes perspectivas de crescimento.

Muitos profissionais começam sua jornada como autônomos, prestando serviços de forma informal ou emitindo recibos como pessoa física. No entanto, logo percebem que abrir um CNPJ traz vantagens competitivas significativas, como a possibilidade de emissão de notas fiscais profissionais, maior credibilidade no mercado, acesso a clientes corporativos e, principalmente, economia tributária expressiva.

A grande dúvida que surge nesse momento de profissionalização é: quais impostos um social media precisa pagar como pessoa jurídica em 2025? Quanto representam esses tributos no faturamento mensal? Vale realmente a pena se formalizar?

Neste guia completo e atualizado, vamos explicar detalhadamente os principais tributos que incidem sobre a atividade de social media, como funciona a tributação no Simples Nacional, apresentar exemplos práticos de cálculos reais e mostrar como organizar sua contabilidade de forma estratégica para pagar menos impostos dentro da legalidade.

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Autônomo (pessoa física): Limitações e custos elevados

O social media que atua sem CNPJ, como profissional autônomo, precisa recolher Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) sobre seus rendimentos através do carnê-leão. A tabela progressiva do IRPF possui alíquotas que podem chegar a 27,5% sobre os ganhos mensais, valor extremamente elevado que compromete significativamente a rentabilidade do profissional.

Além do imposto de renda, há a obrigatoriedade de contribuição ao INSS como contribuinte individual, que representa 20% sobre o rendimento declarado, respeitando o teto de contribuição previdenciária. Na prática, um profissional autônomo pode comprometer mais de 35% de sua receita apenas com tributos e contribuições obrigatórias.

Outros problemas graves de atuar como autônomo:

  • Impossibilidade de emitir nota fiscal em nome próprio para pessoas jurídicas, o que limita drasticamente as oportunidades de trabalho
  • Perda de contratos corporativos que exigem relacionamento formal com CNPJ
  • Menor credibilidade profissional no mercado, especialmente com grandes empresas
  • Dificuldade para comprovar renda ao solicitar financiamentos ou alugar imóveis
  • Ausência de dedução de despesas operacionais, pagando impostos sobre receita bruta
  • Risco de cair na malha fina por inconsistências ou omissões na declaração anual

Pessoa Jurídica (CNPJ): Vantagens Estratégicas

Com a abertura de empresa, o social media pode se enquadrar no Simples Nacional, regime tributário simplificado onde a alíquota inicial é de apenas 6% sobre o faturamento. Essa diferença representa uma economia de até 78% em relação aos tributos pagos como pessoa física.

Principais vantagens de atuar como PJ:

  • Emissão de notas fiscais profissionais para todos os clientes, atendendo exigências corporativas
  • Segurança jurídica completa com contratos formais e proteção legal
  • Acesso a clientes maiores e mais rentáveis, que preferem ou exigem contratar empresas com CNPJ
  • Possibilidade de crescimento estruturado, contratando equipe, formando agência ou prestando serviços em maior escala
  • Credibilidade elevada no mercado, facilitando negociações e parcerias estratégicas
  • Separação entre patrimônio pessoal e empresarial, protegendo bens pessoais
  • Facilidade para obter crédito empresarial com taxas mais atrativas

Quais impostos um social media paga como pessoa jurídica

Ao abrir um CNPJ, o social media precisa recolher impostos de acordo com o regime tributário escolhido. O mais comum e vantajoso para profissionais autônomos e pequenas agências é o Simples Nacional, que unifica diversos tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia mensal chamada DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

Impostos incluídos no Simples Nacional

O DAS consolida os seguintes tributos em um único pagamento mensal:

IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica)

  • Tributo federal sobre o lucro da empresa
  • Substitui o IRPF que seria pago como pessoa física

CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)

  • Contribuição federal destinada à seguridade social
  • Incide sobre o resultado positivo da empresa

PIS (Programa de Integração Social)

  • Contribuição para financiar seguro-desemprego e abono salarial
  • Percentual reduzido no Simples Nacional

COFINS (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social)

  • Destinada ao financiamento da saúde, previdência e assistência social
  • Também com alíquota reduzida no Simples

ISS (Imposto sobre Serviços)

  • Tributo municipal sobre a prestação de serviços
  • Alíquota varia conforme o município, mas está incluída no DAS

CPP (Contribuição Previdenciária Patronal)

  • Apenas quando há funcionários contratados
  • Corresponde à parte da empresa no INSS dos empregados

Vantagem fundamental: Tudo isso em uma única guia simplificada, com alíquota inicial de 6% sobre o faturamento anual até R$ 180 mil, eliminando a complexidade de calcular e recolher cada tributo separadamente.

Exemplos práticos detalhados de impostos para Social Media

Cenário 1: Profissional iniciante

Considere um social media que fatura R$ 5.000 por mês (R$ 60.000 por ano):

Como pessoa física:

  • Imposto de Renda (alíquota efetiva): aproximadamente R$ 900 mensais
  • INSS (20%): R$ 1.000 mensais
  • Total de tributos: R$ 1.900 por mês (38% da receita)

Como pessoa jurídica no Simples Nacional:

  • Alíquota de 6% no Anexo III
  • Total de tributos: R$ 300 por mês
  • Economia mensal: R$ 1.600
  • Economia anual: R$ 19.200

Cenário 2: Profissional estabelecido

Imagine um social media que fatura R$ 10.000 por mês (R$ 120.000 por ano):

Como pessoa física:

  • Imposto de Renda: aproximadamente R$ 2.200 mensais
  • INSS: R$ 1.500 mensais (próximo ao teto)
  • Total de tributos: R$ 3.700 por mês (37% da receita)

Como pessoa jurídica no Simples Nacional:

  • Alíquota inicial de 6%
  • Total de tributos: R$ 600 por mês
  • Economia mensal: R$ 3.100
  • Economia anual: R$ 37.200

Cenário 3: Agência pequena ou profissional de alto faturamento

Agora veja um cenário com faturamento de R$ 20.000 por mês (R$ 240.000 por ano):

Como pessoa física:

  • Impossível operar legalmente com esse volume como autônomo
  • Alíquota máxima de 27,5% + INSS
  • Total aproximado: R$ 6.500 a R$ 7.000 por mês

Como pessoa jurídica no Simples Nacional:

  • Com faturamento acumulado de R$ 240 mil, a alíquota sobe progressivamente
  • Alíquota efetiva média: aproximadamente 8% a 9%
  • Total de tributos: R$ 1.600 a R$ 1.800 por mês
  • Economia mensal: R$ 4.700 a R$ 5.200
  • Economia anual: R$ 56.400 a R$ 62.400

A economia é clara e demonstra inequivocamente como o CNPJ se torna não apenas vantajoso, mas indispensável para qualquer social media que deseja ter uma carreira sustentável e lucrativa.

Quais regimes tributários se aplicam ao social media

1. Simples Nacional: a melhor opção para a maioria

O Simples Nacional é, sem dúvida, o regime mais indicado para profissionais autônomos e pequenas agências de social media:

Características principais:

  • Alíquotas progressivas começando em 6% no Anexo III
  • Unificação de todos os tributos em guia única mensal (DAS)
  • Permite faturar até R$ 4,8 milhões por ano
  • Redução significativa de obrigações acessórias
  • Simplicidade na gestão contábil e tributária

Anexos do Simples Nacional para social media:

  • Anexo III: Para serviços com Fator R ≥ 28% (alíquota inicial de 6%)
  • Anexo V: Para serviços com Fator R < 28% (alíquota inicial de 15,5%)

O Fator R é calculado dividindo a folha de pagamento (incluindo pró-labore) pela receita bruta dos últimos 12 meses. Por isso, planejar adequadamente o pró-labore é fundamental para manter a empresa no anexo mais vantajoso.

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2. Lucro Presumido: para agências maiores

Indicado principalmente para agências de social media de médio porte ou que ultrapassaram o limite do Simples:

Características principais:

  • Alíquotas que somam ISS (2% a 5%) + IRPJ (4,8%) + CSLL (2,88%) + PIS (0,65%) + COFINS (3%)
  • Total aproximado: 13% a 19% sobre o faturamento
  • Mais burocrático que o Simples Nacional
  • Exige contabilidade mais robusta e complexa
  • Permite faturamento ilimitado

Quando considerar:

  • Faturamento anual superior a R$ 4,8 milhões
  • Margens de lucro muito elevadas que justifiquem a complexidade
  • Necessidade de estrutura corporativa mais sofisticada

3. Lucro Real: para grandes empresas

Raramente utilizado por social medias ou agências pequenas:

Características principais:

  • Impostos calculados sobre o lucro contábil real obtido
  • Obrigatório para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões anuais
  • Extremamente burocrático e complexo
  • Exige escrituração contábil completa

Quando considerar:

  • Grandes agências com faturamento muito elevado
  • Empresas com prejuízos que precisam compensar
  • Situações específicas que justifiquem a complexidade

Tabela comparativa completa dos regimes tributários

Regime TributárioLimite de FaturamentoAlíquota InicialComplexidadeIndicado Para
Simples NacionalAté R$ 4,8 milhões/ano6% (Anexo III)BaixaSocial medias autônomos e pequenas agências
Lucro PresumidoSem limite específico13% a 19%Média/AltaAgências médias e grandes
Lucro RealObrigatório acima de R$ 78 milhõesVaria conforme lucroMuito altaGrandes empresas e holdings

Outras obrigações importantes além dos impostos

Abrir CNPJ não significa apenas pagar menos impostos. O social media pessoa jurídica precisa estar atento a diversas outras obrigações empresariais:

Emissão de notas fiscais

  • Obrigatória para cada cliente atendido, especialmente pessoas jurídicas
  • Pode ser emitida pelo portal da prefeitura ou por sistemas integrados
  • Fundamental para comprovar receitas e manter regularidade fiscal
  • Exigida por plataformas de pagamento e contratos corporativos

Organização contábil

  • Manter contabilidade rigorosamente organizada, separando contas pessoais e empresariais
  • Controlar todas as receitas e despesas mensalmente
  • Guardar documentos fiscais por no mínimo 5 anos
  • Utilizar software de gestão financeira para facilitar controle

Declarações acessórias obrigatórias

  • DEFIS (Declaração de Informações Socioeconômicas e Fiscais): anual para empresas do Simples
  • DCTFWEB (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais): se aplicável
  • RAIS (Relação Anual de Informações Sociais): quando há funcionários
  • DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte): quando aplicável

Recolhimento do DAS

  • Pagamento mensal obrigatório até o dia 20 de cada mês
  • Atrasos geram multas de 0,33% ao dia (até 20%) mais juros Selic
  • Acúmulo de débitos pode levar ao desenquadramento do Simples
  • Possibilidade de parcelamento em casos específicos

Pró-labore

  • Recomendado estabelecer um valor fixo mensal de retirada dos sócios
  • Incide contribuição previdenciária de 11% sobre o valor
  • Fundamental para cálculo do Fator R
  • Comprova renda para empréstimos e financiamentos

Erros comuns de social media ao abrir CNPJ

1. Escolha inadequada do CNAE

Selecionar o CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) incorreto pode gerar tributação mais alta ou impedimento de enquadramento no Simples Nacional. CNAEs recomendados para social media:

  • 7319-0/02: Promoção de vendas (marketing digital)
  • 7311-4/00: Agências de publicidade
  • 6319-4/00: Portais, provedores de conteúdo e outros serviços na internet: Melhor CNAE para social media técnico (sempre Anexo III, não depende do Fator R).

2. Tentativa de enquadramento como MEI

Muitos profissionais tentam se enquadrar como MEI sem que a atividade seja permitida. O CNAE de gestão de redes sociais e marketing digital geralmente não está autorizado para MEI, e essa tentativa pode gerar problemas fiscais graves.

3. Ausência de contabilidade especializada

Não contratar contabilidade especializada em negócios digitais é um erro comum que pode resultar em:

  • Pagamento de impostos acima do necessário
  • Perda de prazos de obrigações acessórias
  • Enquadramento inadequado em anexo desfavorável
  • Problemas com a Receita Federal

4. Mistura de finanças pessoais e empresariais

Misturar contas pessoais e empresariais dificulta a gestão financeira, compromete a contabilidade e pode gerar problemas em fiscalizações. Sempre mantenha contas bancárias separadas.

5. Falta de planejamento tributário

Não realizar planejamento tributário adequado, especialmente em relação ao Fator R e ao pró-labore, pode resultar em enquadramento no Anexo V (15,5%) em vez do Anexo III (6%), triplicando a carga tributária.

Como reduzir legalmente os impostos como social media PJ

Estratégias inteligentes de planejamento tributário

1. Definir pró-labore estratégico

  • Estabeleça um valor adequado para manter o Fator R acima de 28%
  • Isso garante enquadramento no Anexo III com alíquota inicial de 6%

2. Escolher o CNAE mais vantajoso

  • Alguns CNAEs permitem tributação mais favorável
  • Consulte contador especializado antes de definir

3. Organizar despesas

  • Mantenha registro de todas as despesas empresariais
  • Equipamentos, softwares, cursos e marketing são dedutíveis

4. Avaliar momento de mudança de regime

  • À medida que o faturamento cresce, revisar se o Simples ainda é vantajoso
  • Em alguns casos, Lucro Presumido pode ser mais econômico

5. Manter regularidade fiscal

  • Pague impostos em dia para evitar multas e juros
  • Mantenha todas as obrigações acessórias em dia

Conclusão

Um social media que atua como pessoa jurídica paga principalmente os tributos unificados do Simples Nacional, com alíquotas que começam em apenas 6% do faturamento mensal. Essa diferença representa uma economia monumental em comparação aos impostos de pessoa física, que podem ultrapassar 35% da receita.

Além da economia tributária expressiva, a formalização como PJ garante segurança jurídica, credibilidade profissional elevada, acesso a clientes corporativos de grande porte e a possibilidade de crescimento estruturado e escalável.

Para profissionais que faturam a partir de R$ 5.000 mensais, a formalização como pessoa jurídica já se mostra extremamente vantajosa, com economia que facilmente supera os custos de contabilidade e manutenção empresarial.

A decisão de abrir um CNPJ não é apenas uma escolha fiscal inteligente, mas um passo fundamental para construir uma carreira sólida e sustentável como social media profissional.

Se você é social media e quer pagar menos impostos de forma totalmente legal, ter mais credibilidade no mercado e estruturar seu negócio adequadamente, a Mizza Contabilidade Digital pode ajudar a abrir sua empresa, escolher o regime tributário ideal e cuidar de toda sua contabilidade de forma estratégica e especializada.

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Perguntas frequentes sobre social media e impostos

Social media pode ser MEI em 2025?

Na grande maioria dos casos, não. Os CNAEs mais utilizados por social medias, como gestão de redes sociais, marketing digital e publicidade, não estão incluídos na lista de atividades permitidas para MEI. Além disso, o limite de R$ 81 mil anuais é rapidamente ultrapassado por profissionais ativos.

Qual é o melhor regime tributário para social media?

Para a maioria esmagadora dos social medias autônomos e pequenas agências, o Simples Nacional é o regime mais vantajoso, com alíquota inicial de 6% e gestão tributária simplificada.

Quanto um social media paga de impostos no Simples Nacional?

Depende do faturamento acumulado nos últimos 12 meses. Até R$ 180 mil anuais, a alíquota no Anexo III é de 6%. À medida que o faturamento cresce, a alíquota aumenta progressivamente, podendo chegar a aproximadamente 19,5% na última faixa.

Preciso emitir nota fiscal para clientes pessoa física?

Se tiver um CNPJ de porte maior (ME), sim. Deve emitir nota para todas as suas vendas.

Quanto tempo demora para abrir um CNPJ de social media?

Com contabilidade digital especializada e documentação completa, o processo leva entre 3 e 7 dias úteis na maioria das cidades brasileiras. Em alguns casos, pode ser concluído em até 48 horas.

É possível pagar menos que 6% de impostos?

Diretamente, não. Os 6% representam a alíquota mínima do Anexo III do Simples Nacional. Porém, com planejamento adequado do Fator R e escolha correta do CNAE, você pode garantir que permanecerá nesse anexo mais vantajoso em vez de ser enquadrado no Anexo V (15,5%).

Preciso contratar contador obrigatoriamente?

Para abrir CNPJ como ME, sim. Contratar contabilidade especializada é importante para garantir escolha correta de CNAE, regime tributário adequado, cálculo correto dos impostos e cumprimento de todas as obrigações acessórias.

Posso ter clientes no exterior sendo social media PJ?

Sim, e inclusive há benefícios tributários para exportação de serviços. Receitas de clientes no exterior podem ter isenção de ISS e tratamento tributário diferenciado, mas exigem procedimentos específicos de comprovação.

Texto redigido por:

Nathalya Xavier

Nós da Mizza Contabilidade somos especialistas em contabilidade para negócios digitais, já atendemos dezenas de clientes por todo o Brasil.

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